A energia nuclear pode ser usada em nosso dia-a-dia de diversas formas, como na alimenta\u00e7\u00e3o de usina de gera\u00e7\u00e3o de energia el\u00e9trica (usina nuclear), na engenharia, na ind\u00fastria b\u00e9lica e na medicina.\u00a0Na Medicina o uso da energia nuclear pode ser dividido em duas partes: os tra\u00e7adores radiativos, utilizados para exames e diagn\u00f3sticos, e na terapia de tumores.\u00a0O processo radiativo da terapia de tumores tem por objetivo destruir as c\u00e9lulas do tumor pela absor\u00e7\u00e3o de energia radiante incidente.\u00a0 Esta energia \u00e9 irradiada de diversos pontos ao redor do tumor, para que possa maximizar a destrui\u00e7\u00e3o das c\u00e9lulas do mesmo.\u00a0 Isto minimiza a destrui\u00e7\u00e3o dos tecidos ao seu redor, que s\u00e3o um dos grandes problemas na utiliza\u00e7\u00e3o desta terapia.\u00a0A terapia de tumores, por sua vez, pode ser subdividida em\u00a0 teleterapia e braquiterapia.<\/p>\n

Teleterapia<\/strong><\/h3>\n

Pode ser aplicada com a t\u00e9cnica da quilovoltagem, que s\u00e3o tubos convencionais de raios-X aplicados entre eletrodos com tens\u00e3o de at\u00e9 250 000 volts.\u00a0 Esta t\u00e9cnica \u00e9 usada principalmente para c\u00e2ncer de pele, j\u00e1 que \u00e9 pouco penetrante.\u00a0Outra t\u00e9cnica usada na teleterapia \u00e9 a megavoltagem, onde\u00a0 as\u00a0 fontes emissoras s\u00e3o dispositivos denominados aceleradores de part\u00edculas (aceleradores lineares e b\u00e9tatrons).\u00a0Neste caso, a energia aplicada pode chegar at\u00e9 22 (mega el\u00e9tron-volt). Isto faz com que a dosagem m\u00e1xima de radia\u00e7\u00e3o ocorra a uns 4 a 5 cm abaixo da pele, n\u00e3o causando dano a mesma e podendo atuar em tumores em \u00f3rg\u00e3os mais profundos, como bexiga, pulm\u00e3o pr\u00f3stata, laringe, \u00fatero, es\u00f4fago e outros.\u00a0No caso, as c\u00e9lulas cancerosas s\u00e3o destru\u00eddas pelos pr\u00f3prios el\u00e9trons emitidos ou pelos f\u00f3tons emitidos pelos el\u00e9trons ao atingirem um n\u00facleo de elemento radiativo.<\/p>\n

Finalmente, a teleterapia pode usar a t\u00e9cnica da teleisotopoterapia.\u00a0 Neste caso, s\u00e3o empregados is\u00f3topos radiativos como o cobalto 60, o c\u00e9sio 137 ou o r\u00e1dio 226. Na terapia com bomba de cobalto, a dose m\u00e1xima ocorre a uns 5 mm de profundidade (em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 pele), caindo lentamente a pot\u00eancia, at\u00e9 atingir 52% a 10 cm de profundidade e a 25%, a 25 cm de profundidade.\u00a0A teleisotopoterapia, por ser uma terapia mais agressiva s\u00f3 \u00e9 utilizada em casos mais agudos.<\/p>\n

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Braquiterapia<\/strong><\/h3>\n

Na braquiterapia, a fonte emissora est\u00e1 em contato direto com o tecido do paciente a ser tratado.\u00a0 S\u00e3o utilizados alguns elementos (r\u00e1dio-226, c\u00e9sio-137, iodo-125, ir\u00eddio-92 ou cobalto-60) que s\u00e3o implantados nos tecidos cancerosos, dentro de recipientes lacrados (tubos, agulhas ou mesmo inv\u00f3lucros no formato de “sementes”).\u00a0Assim, devido \u00e0 proximidade, aumenta a capacidade dos elementos irradiarem altas dosagens de radia\u00e7\u00e3o beta (f\u00f3tons-beta) para o tumor, destruindo as c\u00e9lulas cancerosas e provocando poucos danos \u00e0s c\u00e9lulas sadias perif\u00e9ricas.\u00a0O termo “sementes” \u00e9 aplicado devido ao tamanho e formato dessas fontes radioativas, medindo 5 mm de comprimento e 0,5 mm de espessura, assemelhando-se a gr\u00e3os de arroz. Este m\u00e9todo, recentemente desenvolvido em Seattle, nos Estados Unidos, vem apresentando aceita\u00e7\u00e3o internacional crescente, gra\u00e7as ao elevado \u00edndice de controle local da doen\u00e7a, com preserva\u00e7\u00e3o, na grande maioria dos casos, da contin\u00eancia urin\u00e1ria e da pot\u00eancia sexual.\u00a0O procedimento consiste na coloca\u00e7\u00e3o de v\u00e1rias sementes de I-125 dentro da pr\u00f3stata , utilizando-se agulhas especiais introduzidas atrav\u00e9s do per\u00edneo, sob anestesia peridural, orientadas pela “vis\u00e3o” direta de um emissor de ultrassom introduzido atrav\u00e9s do reto.<\/p>\n

A braquiterapia da pr\u00f3stata pode ser executada de forma isolada ou associada \u00e0 radioterapia externa convencional.\u00a0A braquiterapia da pr\u00f3stata com iodo-125 est\u00e1 se difundindo rapidamente n\u00e3o s\u00f3 pelo alto \u00edndice de controle local da doen\u00e7a, como tamb\u00e9m por apresentar efeitos colaterais de baixa intensidade, quando comparados aos da prostectomia radical e da radioterapia externa. Uma das principais vantagens deste m\u00e9todo \u00e9 a brusca queda nos n\u00edveis de radia\u00e7\u00e3o em \u00f3rg\u00e3os e tecidos Peri prost\u00e1ticos, evitando a irradia\u00e7\u00e3o desnecess\u00e1ria da bexiga e do reto adjacentes, obtendo-se assim efeitos colaterais tempor\u00e1rios de baixa intensidade, facilmente controlados com medica\u00e7\u00e3o paliativa espec\u00edfica. A morbidade \u00e9, portanto, muito inferior a dos m\u00e9todos tradicionais de tratamento cir\u00fargico e radioter\u00e1pico.<\/p>\n

Fontes:<\/strong><\/p>\n

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• OKUNO, E. e outros. F\u00edsica para Ci\u00eancias Biol\u00f3gicas e Biom\u00e9dicas, ed. Harbra, SP, 1982.<\/li>\n
• BRANDWEIN, Paul; YASSO, Warren e BROVEY, Daniel. Energy, A Physical Science, Harcourt Brace, Jovanovich, Publishers, New York, 1980.<\/li>\n
• Revista Veja na Sala de Aula, editora Abril, edi\u00e7\u00e3o de 6 de outubro de 2004.<\/li>\n<\/ul>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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